O medo e a escuridão
já faziam parte de mim. Eu me tornara a representação ambulante do que não ser.
Estava corrompida, quebrada, sem vida e sem cor. Não havia estrelas no meu céu,
mas gotas de desespero. Meu corpo já se integrava com o chão quebradiço.
Realidade de dor e angústia.
Ao fechar os olhos e
entregar-me ao vazio, senti o som do silêncio. Era um feixe de luz que irradiava
de uma folha de ouro nascendo em meio ao nada. Meu coração pulsou novamente.
Repentinamente senti a esperança de um céu novamente claro e brilhante, de um
ser pleno.
Era alguém que, com
um grito suave, me chamava pelo nome e me transmitia amor. Estendia seus braços
e me levava no colo. Me beijava com calor, disposto a segurar minha mão e não me
deixar cair.
Era você.
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