Tuesday, May 22, 2012

Exasperando o âmago desta paixão

Destituir-me-ei de toda auto-piedade e pudor que ainda resta em minha alma. As preocupações com opiniões alheias caminham pela porta que as leva ao infinito sem volta. Memórias engavetadas em minha mente saltam com vigor e pousam perante meus olhos. Repentinamente meus lábios sentem a suavidade dos seus, acaloradamente transmitindo excitação a meu interior que, em contrapartida, congela com o sentimento surpreso ao distinguir suas mãos quentes subindo por dentro da minha blusa. A primeira reação seria de espanto e separação, mas meus olhos, que tanto te admiraram previamente, me relembram do ardente desejo de tê-lo junto a meu corpo. Sinto seus fortes braços me segurando firmemente, que rapidamente me deitam no chão. Meu corpo nu aprecia o calor da sua pele, minhas pernas se abrem perante o enorme anseio de tê-lo dentro de mim. Você me possui e chama pelo meu nome incessantemente. Meus lábios imploram por você, percebendo a paixão que exala do seu corpo. Impetuosamente, você se torna livre e repousa sua essência ao lado meu. Plácidos, contemplamos a afeição que nos reuniu, considerando a impossibilidade de experimentarmos satisfação e prazer igual. Vejo seu vulto à distância, minha alma sobrevive somente, ansiando pelo dia que o jardim florescerá novamente e sentirei sua paixão. Me desfaço em cinzas, entorpecendo minha mente e protegendo-me de mim mesma.

Saturday, November 19, 2011

Unwholesomeness

"Why is it that you have the say-so in every situation, from birth onward, and I am left without a choice or a voice?
Why is it that you have sent me into exile in order to prevent yourself from having to go into exile?
Why is it that you let me sit here without what I need to be whole?
Why have I been more concerned about the well-being of you, dear birth mother, than I have for my own well-being?
Why is my reason for wanting to find you borne out of worry for you - I want to assure you that I am fine so you don't have to worry about me?
Why is it that I give you so much power, such control?
Why is it that I have often been angry at God for screwing up my life by making me an adoptee, when in reality, he removed me from your life for my own emotional protection?
Why am I willing to carry your pain for a lifetime by letting you have the say-so in every situation?
Why?
Why is it so?
Will someone please tell me?"

I make these words mine.
A letter from an adult adoptee to her birth mother extracted from the book "Twenty Things Adopted Kids Wish Their Adoptive Parents Knew" by Sherrie Eldridge.



Through the window of her own self

Looking at life through a lens of rejection, expecting it at every turn.


"Grieve not" A poem by Haseeb
Skepticism has been her life, and it looks like it will be a nightmare, or maybe a little treasure, until the end. Can't she look at a different direction? So many different persons, or many different things that she can't help it but try to discover each one of them: an expedition into herself. But the more she tries, the more it seems to be farther away. The only vision she gets is a glimpse through a dusty window with pictures of her soul flying away. Two forces pulling into different directions. Each one seems to be stronger, that way they are always even, always on the same place. A triangle within other triangles. An illusion formed by mirrors inside her own eyes.


A gift!?! Who said it is a gift? It made her become a dormant monster who deserves nothing  and nobody.


She builds walls around herself to keep others at bay -- walls of perfectionism, achievement and self-sufficiency. What she wants and needs most, she often resists. She is  master at keeping that vulnerable place within herself concealed... beneath the surface there is depression, rage, confusion about identity, fear of loss, and shame. If she doesn't grieve her loss, the ability to receive love or attach emotionally in meaningful relationships may be seriously hindered. 


How should she grieve??

Cicatrizes


Você diz que me ama, que me amou, que me amava, mas não se tornou real em suas ações.
Você ficou feliz de poder ser livre, já que não precisaria mais dar satisfação a ninguém. 
Você se atrasou por simples falta de determinação, pois eu já era responsável.
Você se contentou com o pouco, pois melhor assim do que ter que fazer mais.
Você procurou outra logo depois. 
Você me usou como objeto sexual.
Você não me cuidou, não cultivou a amizade.
Você me deixou sozinha.
Você disse que sexo era mais importante e que isso era necessário à sua sobrevivência.
Você me abusou emocionalmente e fisicamente.
Você se aproveitou da vulnerabilidade e inocência.
Eu somente queria ser o melhor pra você, assim caí em suas teias venenosas.

Wednesday, May 11, 2011

Não julgue uma vida pela capa

"Love is a verb, Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulsion
Shakes me, makes me lighter"


As ambições deste mundo muito nos fazem distanciarmos de nós mesmos. Esquecemos quem somos e a razão de estarmos vivos. Dinheiro, sexo e poder. O primeiro através da busca de estabilidade financeira, o segundo pela procura de novos sentimentos e paixões insensatas, e o último pelo desejo de ser respeitado e admirado. Desde crianças estas três palavras foram tatuadas em minha mente. Ninguém as colocou lá, mas, sim, a capa de um livro que até hoje permanece na estante da casa de minha mãe. Mas talvez por medo de descobrir a verdade, não passei da capa. Li e reli as poucas palavras que nela se conservam.


Ao refletir nestes 28 anos de vida que completarei, aprendo que de nada adiantou a fuga, pois mantendo os olhos abertos e os ouvidos atentos, a verdade é desvendada, querendo ou não. O dinheiro nos distancia do amor verdadeiro que família e amigos estão dispostos a compartilhar. As paixões alheias nos roubam da realidade e criam mundos de fantasia. E o poder que nos corrompe ao vil. Convições, princípios e moral é o nosso tesouro herdado por gerações. Penso que não se evoluíram para agradar os cientistas, mas porquê foram valiosos para a condição humana essencial.

Monday, February 14, 2011

Fantasmagoria

"One of the most common fears is that of being abandoned. Abandonment is the greatest fear of all."

Sim, esta deve ser a sensação de uma pequena mosca que ingere veneno. 
Esta paixão intoxicante, que faz perder o senso do mundo real; que faz sonhar com o inimaginável; que cria esperanças falsas; que faz desejar o inatingível. 
Facas são atravessadas em seu coração, produzindo uma dor que queima.
Seque as lágrimas contínuas que nascem de sua alma e jorram pelos seus olhos. 
Controle seu ser; controle o que sentir e o que não sentir. 
Deixe de amar, deixe de desejar. 
Evite o sentimento desesperador do abandono e da decepção. 
É de natureza humana fazer o que lhe é de maior interesse próprio. 
Poucos conseguem controlar seus próprios instintos. 
Se engana quem imagina que a amizade é cultivar o interesse do outro. 
Se prepare para o indesejável, pois será mais provável que assim seja.
Por que também a abandonas? 
As feridas ainda abertas, necessitando de cuidado, necessitando de atenção. 
Mas a abandonas por interesse próprio.
Sonhava com o amor, mas senti-lo por poucas horas não foi o suficiente.
Assim pensava que fosse digna de ser amada, que assim o merecia.
Surpresa nenhuma quando percebeu que não. 
O amor é sorte de poucos, embora muitos o aspiram.
Cultivar um relacionamento e ficar velhinhos juntos: outra ilusão que era parte de seu mundo de fantasias.
Seria muito pedir pra ser verdadeiramente amada. Seria muito pedir pra verdadeiramente amar.
Contente-se com o que não tem.
Sonhe com o céu estrelado e com nuvens de algodão-doce.
Sonhe com o amor eterno.
Mundos inalcançáveis.
Utopia.

"She's only known heartache and pain
She stands alone
All that she's done is be who she is
And all that she's done is fail
She's so nice naive and beautiful
Why does she get taken advantage
Why does she live in a world so cold..."

Sunday, February 13, 2011

Nuvens de seda

"What did it feel like when you found love?"
"Oh dear, I don't think I've found it."
"Even with grandpa?"
"Maybe a little in the beginning. He didn't really have any regard for me as person. You ought to be careful that the person you fall in love is worth it to you."
"How do you trust your feelings when they can just disappear like that?"
"I think the only way you can find out is if you have that feeling."


Contemplar os montes da Монгол улс. Andar pelas ruas de יְרוּשָׁלַיִם. Admirar a catedrais de Firenze. Capítulos de um sonho de algodão, que facilmente se desfez. 
Seus mundos se provaram fantasias. Ela lutava para se retirar de um sonho perdido e conscientemente entrava em outro. Muitos insistiam em dizer que o trauma da adoção não era trauma nenhum, mas muitos destes não sabiam o que era ser verdadeiramente abandonado. Um sentimento inexplicável mas com tantos sinônimos, numa tentativa frustrada de transmitir a dor. Ela tentava, mas sabia que fracassava em exprimir a aflição que era o abandono: a mesma sensação de quando o coração é retirado do um corpo enquanto vivo, ou de quando os olhos são perfurados enquanto ainda fechados usando dois garfos pontiagudos. Se a vida continua, a dor passa e a ferida se cura mesmo com demora. A cicatriz sempre presente e nunca passa despercebida. A solidão, já parte de seu ser, mas por muito tempo ignorada, fingindo que era irreal. Encará-la de frente, mostrar que não há medo. Assim se tornará uma amiga e, com consenso, fará moradia em seu coração. Se novamente puder escolher entre a solidão ou o abandono, já saberá então como ser mais inteligente.