Fecho meus olhos e vejo o indefinido: paraíso de lágrimas e sorrisos.
Fecho meus olhos e vejo a escuridão: paraíso de corpos insensatos.
Fecho meus olhos e vejo o vazio: paraíso de sentimentos esquecidos.
Meus dedos se entrelaçam com o vento, buscando o fio que me salvará de mim mesma. Memórias perfuram meus olhos e trazem a escassez ao meu ser. Sonhos realizados e frustrados. As correntes que me prendem são imaginárias, mas controlam minha força.
O vazio é mais atraente. A ausência toma conta de mim. Se pelo menos eu soubesse onde cortar, me tornaria um ser invisível pairando sobre as mentes dos que me laceraram.
Não há alguém sequer esperando por mim do outro lado. Nasci da solidão e morrerei nela. É uma vida que não existe materialmente, somente em minha imaginação. Sobrevivo de ideais. O amor é imaginário e passeia pela minha mente. É melhor abrir os olhos e perceber que a felicidade idealizada é inalcançálvel. Era cega mas agora vejo. Continuarei vivendo sem esperanças, apta a contemplar o infinito retraimento.
"And there's no remedy for memory
Your face is like a melody, it won't leave my head
Your soul is haunting me
and telling me that everything is fine
But I wish I was dead."
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