Era certa que seria feliz, que encontrara a felicidade com o príncipe dos meus sonhos. Me dediquei à minha casa e fui exemplar. Ou pelo menos achei que assim fui, até tomar conhecimento de que fracassei como mulher, logo após ter me consagrado eternamente a ele. Mas a minha vulnerabilidade, fraqueza, carência e solidão me dominaram. Decidi continuar vivendo no meu mundo de fantasias e mentiras, mas mantendo a aparência de um conto de fadas a todos que olhassem do lado de fora. Me tornei prisioneira deste príncipe que amava; enxergava as correntes que me prendiam como uma forma de ser amada. Meu sub-consciente foi trancado a nove chaves pelo meu próprio consciente, uma maneira de tentar manter vivo o sonho que já era perdido. Ele se lembrava de meu corpo quando assim o necessitava, mas me esquecia quando suas prioridades eram amigos, ou festas, ou outras mulheres mais atraentes. Me encorajou a deixar ser tocada por seus amigos, ou por encontrar outros que me agradassem, assim teria o aval para que fizesse o mesmo com outras mulheres. Se encontrar com amigos e festejar era prioridade acima de qualquer outro compromisso, até mesmo se sua princesa estivesse doente, incapacitada de levantar da cama. Tentei acompanhá-lo às festas e em bebidas, mas somente me debilitava. E mesmo assim não tinha a companhia que eu desejava aos eventos que planejava, pois eram muito normais e entediantes para ele: nada melhor que beber, ficar rodeado de amigos, flertar com mulheres bonitas e se sentir poderoso.
Seus amigos se mostraram falsos, prontos a festejar somente, e o poder que ele sentia enquanto nas festas se dissipou instantaneamente. Finalmente abri meus olhos e percebi o monstro que me tornei. Percebi que meu príncipe nunca existiu na realidade, somente em minhas fantasias. Que isto não é amor e que posso terminar com esta humilhação.
Eu não sei o que é o amor, mas ainda sonho com ele. Desta vez, entretanto, com os pés no chão, usando o ceticismo como a ponte de entrada à minha própria alma e a esperança como a luz que ilumina meu caminho.
No comments:
Post a Comment