Tuesday, January 8, 2013

Você.

O medo e a escuridão já faziam parte de mim. Eu me tornara a representação ambulante do que não ser. Estava corrompida, quebrada, sem vida e sem cor. Não havia estrelas no meu céu, mas gotas de desespero. Meu corpo já se integrava com o chão quebradiço. Realidade de dor e angústia. 
Ao fechar os olhos e entregar-me ao vazio, senti o som do silêncio. Era um feixe de luz que irradiava de uma folha de ouro nascendo em meio ao nada. Meu coração pulsou novamente. Repentinamente senti a esperança de um céu novamente claro e brilhante, de um ser pleno.
Era alguém que, com um grito suave, me chamava pelo nome e me transmitia amor. Estendia seus braços e me levava no colo. Me beijava com calor, disposto a segurar minha mão e não me deixar cair.
Era você.