Saturday, November 19, 2011

Unwholesomeness

"Why is it that you have the say-so in every situation, from birth onward, and I am left without a choice or a voice?
Why is it that you have sent me into exile in order to prevent yourself from having to go into exile?
Why is it that you let me sit here without what I need to be whole?
Why have I been more concerned about the well-being of you, dear birth mother, than I have for my own well-being?
Why is my reason for wanting to find you borne out of worry for you - I want to assure you that I am fine so you don't have to worry about me?
Why is it that I give you so much power, such control?
Why is it that I have often been angry at God for screwing up my life by making me an adoptee, when in reality, he removed me from your life for my own emotional protection?
Why am I willing to carry your pain for a lifetime by letting you have the say-so in every situation?
Why?
Why is it so?
Will someone please tell me?"

I make these words mine.
A letter from an adult adoptee to her birth mother extracted from the book "Twenty Things Adopted Kids Wish Their Adoptive Parents Knew" by Sherrie Eldridge.



Through the window of her own self

Looking at life through a lens of rejection, expecting it at every turn.


"Grieve not" A poem by Haseeb
Skepticism has been her life, and it looks like it will be a nightmare, or maybe a little treasure, until the end. Can't she look at a different direction? So many different persons, or many different things that she can't help it but try to discover each one of them: an expedition into herself. But the more she tries, the more it seems to be farther away. The only vision she gets is a glimpse through a dusty window with pictures of her soul flying away. Two forces pulling into different directions. Each one seems to be stronger, that way they are always even, always on the same place. A triangle within other triangles. An illusion formed by mirrors inside her own eyes.


A gift!?! Who said it is a gift? It made her become a dormant monster who deserves nothing  and nobody.


She builds walls around herself to keep others at bay -- walls of perfectionism, achievement and self-sufficiency. What she wants and needs most, she often resists. She is  master at keeping that vulnerable place within herself concealed... beneath the surface there is depression, rage, confusion about identity, fear of loss, and shame. If she doesn't grieve her loss, the ability to receive love or attach emotionally in meaningful relationships may be seriously hindered. 


How should she grieve??

Cicatrizes


Você diz que me ama, que me amou, que me amava, mas não se tornou real em suas ações.
Você ficou feliz de poder ser livre, já que não precisaria mais dar satisfação a ninguém. 
Você se atrasou por simples falta de determinação, pois eu já era responsável.
Você se contentou com o pouco, pois melhor assim do que ter que fazer mais.
Você procurou outra logo depois. 
Você me usou como objeto sexual.
Você não me cuidou, não cultivou a amizade.
Você me deixou sozinha.
Você disse que sexo era mais importante e que isso era necessário à sua sobrevivência.
Você me abusou emocionalmente e fisicamente.
Você se aproveitou da vulnerabilidade e inocência.
Eu somente queria ser o melhor pra você, assim caí em suas teias venenosas.

Wednesday, May 11, 2011

Não julgue uma vida pela capa

"Love is a verb, Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulsion
Shakes me, makes me lighter"


As ambições deste mundo muito nos fazem distanciarmos de nós mesmos. Esquecemos quem somos e a razão de estarmos vivos. Dinheiro, sexo e poder. O primeiro através da busca de estabilidade financeira, o segundo pela procura de novos sentimentos e paixões insensatas, e o último pelo desejo de ser respeitado e admirado. Desde crianças estas três palavras foram tatuadas em minha mente. Ninguém as colocou lá, mas, sim, a capa de um livro que até hoje permanece na estante da casa de minha mãe. Mas talvez por medo de descobrir a verdade, não passei da capa. Li e reli as poucas palavras que nela se conservam.


Ao refletir nestes 28 anos de vida que completarei, aprendo que de nada adiantou a fuga, pois mantendo os olhos abertos e os ouvidos atentos, a verdade é desvendada, querendo ou não. O dinheiro nos distancia do amor verdadeiro que família e amigos estão dispostos a compartilhar. As paixões alheias nos roubam da realidade e criam mundos de fantasia. E o poder que nos corrompe ao vil. Convições, princípios e moral é o nosso tesouro herdado por gerações. Penso que não se evoluíram para agradar os cientistas, mas porquê foram valiosos para a condição humana essencial.

Monday, February 14, 2011

Fantasmagoria

"One of the most common fears is that of being abandoned. Abandonment is the greatest fear of all."

Sim, esta deve ser a sensação de uma pequena mosca que ingere veneno. 
Esta paixão intoxicante, que faz perder o senso do mundo real; que faz sonhar com o inimaginável; que cria esperanças falsas; que faz desejar o inatingível. 
Facas são atravessadas em seu coração, produzindo uma dor que queima.
Seque as lágrimas contínuas que nascem de sua alma e jorram pelos seus olhos. 
Controle seu ser; controle o que sentir e o que não sentir. 
Deixe de amar, deixe de desejar. 
Evite o sentimento desesperador do abandono e da decepção. 
É de natureza humana fazer o que lhe é de maior interesse próprio. 
Poucos conseguem controlar seus próprios instintos. 
Se engana quem imagina que a amizade é cultivar o interesse do outro. 
Se prepare para o indesejável, pois será mais provável que assim seja.
Por que também a abandonas? 
As feridas ainda abertas, necessitando de cuidado, necessitando de atenção. 
Mas a abandonas por interesse próprio.
Sonhava com o amor, mas senti-lo por poucas horas não foi o suficiente.
Assim pensava que fosse digna de ser amada, que assim o merecia.
Surpresa nenhuma quando percebeu que não. 
O amor é sorte de poucos, embora muitos o aspiram.
Cultivar um relacionamento e ficar velhinhos juntos: outra ilusão que era parte de seu mundo de fantasias.
Seria muito pedir pra ser verdadeiramente amada. Seria muito pedir pra verdadeiramente amar.
Contente-se com o que não tem.
Sonhe com o céu estrelado e com nuvens de algodão-doce.
Sonhe com o amor eterno.
Mundos inalcançáveis.
Utopia.

"She's only known heartache and pain
She stands alone
All that she's done is be who she is
And all that she's done is fail
She's so nice naive and beautiful
Why does she get taken advantage
Why does she live in a world so cold..."

Sunday, February 13, 2011

Nuvens de seda

"What did it feel like when you found love?"
"Oh dear, I don't think I've found it."
"Even with grandpa?"
"Maybe a little in the beginning. He didn't really have any regard for me as person. You ought to be careful that the person you fall in love is worth it to you."
"How do you trust your feelings when they can just disappear like that?"
"I think the only way you can find out is if you have that feeling."


Contemplar os montes da Монгол улс. Andar pelas ruas de יְרוּשָׁלַיִם. Admirar a catedrais de Firenze. Capítulos de um sonho de algodão, que facilmente se desfez. 
Seus mundos se provaram fantasias. Ela lutava para se retirar de um sonho perdido e conscientemente entrava em outro. Muitos insistiam em dizer que o trauma da adoção não era trauma nenhum, mas muitos destes não sabiam o que era ser verdadeiramente abandonado. Um sentimento inexplicável mas com tantos sinônimos, numa tentativa frustrada de transmitir a dor. Ela tentava, mas sabia que fracassava em exprimir a aflição que era o abandono: a mesma sensação de quando o coração é retirado do um corpo enquanto vivo, ou de quando os olhos são perfurados enquanto ainda fechados usando dois garfos pontiagudos. Se a vida continua, a dor passa e a ferida se cura mesmo com demora. A cicatriz sempre presente e nunca passa despercebida. A solidão, já parte de seu ser, mas por muito tempo ignorada, fingindo que era irreal. Encará-la de frente, mostrar que não há medo. Assim se tornará uma amiga e, com consenso, fará moradia em seu coração. Se novamente puder escolher entre a solidão ou o abandono, já saberá então como ser mais inteligente. 

Saturday, February 12, 2011

Verdadeiras mentiras

Era certa que seria feliz, que encontrara a felicidade com o príncipe dos meus sonhos. Me dediquei à minha casa e fui exemplar. Ou pelo menos achei que assim fui, até tomar conhecimento de que fracassei como mulher, logo após ter me consagrado eternamente a ele. Mas a minha vulnerabilidade, fraqueza, carência e solidão me dominaram. Decidi continuar vivendo no meu mundo de fantasias e mentiras, mas mantendo a aparência de um conto de fadas a todos que olhassem do lado de fora. Me tornei prisioneira deste príncipe que amava; enxergava as correntes que me prendiam como uma forma de ser amada. Meu sub-consciente foi trancado a nove chaves pelo meu próprio consciente, uma maneira de tentar manter vivo o sonho que já era perdido. Ele se lembrava de meu corpo quando assim o necessitava, mas me esquecia quando suas prioridades eram amigos, ou festas, ou outras mulheres mais atraentes. Me encorajou a deixar ser tocada por seus amigos, ou por encontrar outros que me agradassem, assim teria o aval para que fizesse o mesmo com outras mulheres. Se encontrar com amigos e festejar era prioridade acima de qualquer outro compromisso, até mesmo se sua princesa estivesse doente, incapacitada de levantar da cama. Tentei acompanhá-lo às festas e em bebidas, mas somente me debilitava. E mesmo assim não tinha a companhia que eu desejava aos eventos que planejava, pois eram muito normais e entediantes para ele: nada melhor que beber, ficar rodeado de amigos, flertar com mulheres bonitas e se sentir poderoso.
Seus amigos se mostraram falsos, prontos a festejar somente, e o poder que ele sentia enquanto nas festas se dissipou instantaneamente. Finalmente abri meus olhos e percebi o monstro que me tornei. Percebi que meu príncipe nunca existiu na realidade, somente em minhas fantasias. Que isto não é amor e que posso terminar com esta humilhação.
Eu não sei o que é o amor, mas ainda sonho com ele. Desta vez, entretanto, com os pés no chão, usando o ceticismo como a ponte de entrada à minha própria alma e a esperança como a luz que ilumina meu caminho.

Wednesday, February 9, 2011

O abismo já inexistente

Como de costume, entrei no meu mundo, subi até o último andar, contemplei o céu escurecido e olhei para baixo a encontrar o negro abismo sem fim que se mostra como a solução. Mas desta vez algo mudou. Ao invés da escuridão, vi o mar: tão próximo, e tão límpido que me vi caminhando em sua direção. As ondas batiam em meus pés e transmitiam uma imensa tranquilidade. O sol brilhava, dominando as trevas que estiveram presentes. Sentia o vento no meu rosto e um sussurro de esperança nos meus ouvidos. Tudo fez sentido quando o vi andando até mim, com seu sorriso sereno, os raios do sol refletidos em seus olhos e pronto a me dar seu abraço eterno. Admirava a forma como falava, como me abraçava, me enchia de carinho e me dava atenção. Seus olhos atentos me observavam, prontos a me apoiar no que fosse preciso. Cuidados físicos e emocionais inexistentes no mundo natural, mas que nele se fazem exceções. Assim conheci o amor, o respeito e a dedicação. Sentimentos ou que nunca encontrei, ou que há muito já não eram presentes em minha alma. Aprendi novamente como é amar e ser amada, como é estimar e ser estimada, como é respeitar e ser respeitada. Novamente consigo ver além da muralha que se estendia ao meu redor; novamente consigo ver além do horizonte e enxergar a esperança que era ausente. Farei permanente este meu mundo, o qual não somente visito diariamente mas habito nele eternamente. Este mundo preenchido de admiração, atenção, estima, amor e respeito acima de tudo. Faço dele o meu centro de dedicação onde a noite deixa de existir, e dá lugar a esperança de felicidade.

Nosso amor é simples, como nenhum outro amor que conheci.

Thursday, January 27, 2011

Fosso cheio de jacarés e águas-vivas

Gostaria de fazer parte do mundo das formigas, que não param, se movimentam e andam sem cessar, de um lado para o outro. Não há sentimentos, não há raciocínio: somente o instinto de sobreviver. Poderia me esconder em qualquer buraco pequeno, ou em qualquer fenda de uma árvore.
Minha vida é um desperdício. De nada vale a pena, nem pra mim, nem pra alguém. Quando páro pra analisá-la, percebo que nem um progresso se fez, ou que a ninguém fiz feliz. Fui um peso desde minha concepção, e assim continuo sendo para os que me rodeiam. Se apenas tivesse encontrado o livro de encantamentos que tanto procurei, o usaria para me fazer desaparecer e ser transportada ao meu próprio mundo, onde não há nem sentimentos, nem razão. Onde vivo com meus sonhos e fantasias, sem preocupações e não me deixando sucumbir às minhas próprias angústias. Somente a aliviar todos que dizem que me amam. Esta minha existência permitiu que a vida se tornasse numa prisão, a qual finalmente reconheço, mas ainda procuro a porta de saída. Prisão esta que se parecia com um castelo que transbordava em felicidade mas que, com o tempo, as paredes de mentira foram se desfazendo e revelando a escuridão que sempre foi. O caminho para a liberdade está a vista; na verdade, bem próximo, mas a jaula tem cadeados criados por minha mente que não são matéria, somente fruto do meu lado mais sombrio. Tento dar um passo a liberdade, mas de repente vejo correntes de aço presas aos meus pés e cobrindo meu corpo. Não consigo fazer com que elas desapareçam. Pelo contrário, me apertam cada vez mais. Me deito a observar o céu sem cor, sem vida e sem estrelas, e assim observo a mim mesma. Sem tudo, e com nada.

Tuesday, January 25, 2011

Efeitos e Consequências

Esperanças do coração de uma mulher: infindáveis
Menina-mulher: sonhadora de coração apaixonado
Independência imposta pela sociedade: conquistada
Amor: desconhecido a seus olhos


A união da família:
Tão desejada por muitos, mas poucos sabem como conquistá-la
O ser humano é solitário, querendo sempre fazer tudo sozinho e sanar a ganância inata
Coloque esses desejos de lado e dará o primeiro passo a almejada união familiar


Respeito: palavra coringa
Nele tanto se fala, mas nem todos o conhecem
É a humildade que se pratica em colocar qualquer pessoa acima de sim mesmo
É a admiração que se tem de outrem
É a compaixão para com o ser humano
É o amor dedicado a alguém que dele necessite
Saiba respeitar, e assim o será

Monday, January 24, 2011

Perspectiva

Quero voltar a ser velho
Que sabia viver, que sabia morrer
Que aprendeu a sonhar
Mesmo sabendo que eram em vão
Que aprendeu a admirar
Mesmo que fosse uma folha de uma árvore
Que aprendeu a amar
Mesmo sabendo que não era amado

Quero voltar a ser criança
Que brincava no quintal
E ignorava o mundo ao seu redor
Que sonhava em ser feliz
Que sonhava em ser amada
A criança que pedia a benção a seus avós
Acreditando que valesse coisa alguma
A criança que ria ao ver a chuva
E se esquecia de chorar 

Sou eu esse que sou
Nem velho, nem criança
Um ser nem vivo, nem morto
Mas com uma gota de esperança
De que se torne chuva

Sunday, January 23, 2011

Nostalgia

Me abalo perante este sentimento de nostalgia. Vejo-nos quando crianças correndo pelo quintal, de um lado para outro, procurando formas de nos entreter. Uma simples goiaba madura é transformada em uma vaquinha de brinquedo. Criávamos nosso próprio curral fictício. Brincando de ser gente.
Subir no pé de jabuticaba se tornava em um mundo a parte, no qual era tão fácil ter a coragem de uma pantera e subir até o topo, ignorando qualquer risco possível.
Fazer guerrinhas de mamonas. O êxtase da brincadeira fazia-nos esquecer a dor de tomar uma no peito.
Gargalhadas infindáveis.


Ser criança, ser inocente, ser novo e cheio de vida.
Tudo acabou. Só nos resta nostalgia.

Saturday, January 22, 2011

Buraco Negro

O monstro acordou
Abriu seus olhos e finalmente enxergou-se
Percebeu-se a si mesmo
Não conseguiu achar o fundo dos abismos

Um lago negro, sem vida, sem fim, estável
O negro que acumula as cores, sem cor alguma
As pedras pontiagudas que o circundam
Escuras, sem brilho, sem tamanho, sem cor

A vida se foi
Cheia dela era a criança que partiu
E como um câncer, dela tomou conta a escuridão

O monstro que se vê, esqueceu-se da esperança de criança que um dia foi
Os sonhos de felicidade descartados
Delonga a tristeza que já é intrínseco de si
Vida ainda há, mas não a vontade de viver