Friday, October 15, 2010

Kylie


Outono... as folhas das árvores ficando amarelas, vermelhas, roxas. Uma dança de cores tão bonita quanto a aurora boreal. Sentada em um banco num parque, ela contempla a natureza, a cor do céu, a forma como os raios do sol da tarde se refletem na água da lagoa, como as pessoas andam e se comportam, vê as crianças comendo pipoca e tomando sorvete.

Um enorme sentimento de nostalgia, relembrando os momentos de criança, quando podia correr de um lado para o outro, somente com a preocupação de brincar, aproveitar o tempo e se divertir.
Ainda muito jovem, os sonhos de uma menina inocente, ambições infindáveis, esperanças de uma vida cheia de conquistas, de um dia poder fazer as pessoas felizes e acabar com a tristeza no mundo. Tudo parecia tão fácil e delicioso, como subir no pé de manga e comer seus frutos maduros. A ignorância do que tinha ao alcance, e o desejo e ansiedade ao que ainda estava por vir. A negligência do amor familiar, de quão confortante era poder ter o abraço caloroso da mãe.

Já muito tarde, ela perdeu o amor e a esperança de ser livre. As ambições já não tem significado, muito menos os desejos. É como um lago de águas negras numa ilha sem sol, com águas paradas, sem movimento e sem vida. O príncipe encantado se foi e deixou as pontas afiadas de um sonho despedaçado. O futuro guarda solidão e tristeza, ausência de vida e ventos frios.

O relógio despertou. É hora de ir trabalhar.

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